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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

vôo








Hoje eu e mais dois fomos fotografar na Vila Itororó, em São Paulo. Lugar incrível. As texturas e camadas do abandono me enternecem. Fotografei muitas paredes, escombros e plantas, fotos que poderiam ser pinturas, tamanha a corporeidade das texturas. Porém, nada me surpreendeu mais do que encontrar esses pombos mortos naquele lugar. Foi um encontro de susto, de quem acha algo fora deste mundo: um momento de ar preso e irrealidade. Eram corpinhos tão isolados e solitários, ausentes mas presentes - como pequenos fantasmas. Cada um estava deitado em um cômodo diferente, só havia eles e as pulgas. O lugar lhes pertencia e a intrusa era eu, quase pedi desculpas por invadir daquele jeito. 
Mas ao mesmo tempo era bonito. Tenho essa morbidez de me comover com a morte. Há poesia em todas as coisas, basta ver.

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